terça-feira, 17 de maio de 2016

A metamorfose da alma

A METAMORFOSE DA ALMA
A palavra metamorfose vem do grego metamorphosis, e é composta de duas palavras. Meta, que significa além, e morfo, que significa forma.

Metamorfose, assim, significa mudança de forma, alteração de forma.

Aqui não trataremos, no entanto, de mudança de forma propriamente dita, mas de mudança interior, dando à palavra metamorfose um significado um pouco diferente do original grego, mas que hoje é também utilizado, como na música de Raul Seixas “Metamorfose Ambulante”.

Para isso, vou iniciar falando da metamorfose pela qual passa a lagarta que depois vira borboleta.

Imaginemos uma lagarta arrastando-se pelo chão de uma floresta, lentamente, levando horas para percorrer alguns poucos metros, sujeita a inúmeros predadores terrestres, como sapos, lagartos e cobras, e ainda aos voadores, como passarinhos diversos.

O mundo da lagarta, por estar no solo, rastejando, é pequeno, sua visão é limitada a um pequeno espaço, e ela não consegue imaginar como outros seres conseguem voar.

Nem pensar em ver o mundo lá do alto! Isso não faz parte nem sequer do seu imaginário!

Imagine que um dia uma bela borboleta chega junto dessa lagarta e lhe diz que se ela entrar no casulo passará por uma transformação, uma metamorfose, e virará também uma linda borboleta.

A primeira reação da lagarta seria de descrença! Ela não acreditaria na borboleta, pois ela nunca viu antes qualquer lagarta fazer isso e virar borboleta! Para ela, todas as lagartas morrem ao entrar no que chamam de casulo!

Para a lagarta, de visão curta, entrar no casulo sugnifica a morte! A lagarta morre dentro do casulo, pois ela deixa de existir enquanto lagarta!

Isso é verdade! Mas só em parte!

De fato a lagarta morre no casulo, mas não de todo. Ela passa por uma tranformação, uma grande mutação na sua forma, na sua aparência, seus órgãos se modificam, e ela ganha asas. E quando sai do casulo, pode voar.

Se uma lagarta visse quando outra lagarta entrou no casulo, e ficasse do lado de fora, mas ao lado, esperando até o momento em que ela saísse do casulo, veria que a borboleta que saiu do casulo é a mesma lagarta que havia antes entrado nele, apenas modificada, pois não veria uma borboleta entrando no casulo, nem a lagarta saindo antes dela entrar.

Com isso, a lagarta perderia o medo da morte que ela pensa existir ao entrar no casulo.

A borboleta é uma lagarta modificada!

O ser que antes rastejava no chão, sujeito a tantos perigos, tendo uma visão muito limitada do espaço à sua volta, passa a voar pelo mundo de forma livre, podendo ir aonde quiser, viajar quilômetros, e está exposta a muito menos predadores, pois está livre daqueles que vivem no solo como as lagartas.

Não somos lagartas! Somos espírito! Somos alma!

O que essa estória de metamorfose pode servir para nós?

Apenas uma metáfora, outra palavra de origem grega, que significa uma figura de linguagem que serve para fazer comparações.

Pouco evoluídos, “rastejamos” pelo solo do planeta com uma visão curta, limitada, sujeitos a mais perigos.

Achamos que a morte física põe fim à vida, pois não acreditamos em vida após a morte, em vida espiritual.

Assim, a morte é algo terrível para os seres que não enxergam a vida além da matéria.

O medo da morte já é quase uma morte!

Lutamos uns contra os outros, destruímos o planeta, devastamos tudo, matamos por dinheiro, nos embebedamos e nos drogamos, fazemos sexo tresloucados como se a vida fosse terminar amanhã, e nada mais existisse após a morte corporal.

Quando chegamos a um ponto mais maduro, espiritualmente falando, entramos em um casulo, que é mental, não físico, e nos “fechamos para balanço”.

Esse casulo representa uma reflexão mais profunda acerca da vida e da morte, uma busca espiritual profunda, e isso nos faz mudar de verdade. Mudança interior. Mudança de valores. Mudança de rumo de vida.

Após esse “fechamento para balanço”, saímos do casulo diferentes. Não somos mais a lagarta! Viramos borboleta!

Aquele ser rastejante de antes já não existe mais!

Somos agora uma linda borboleta!

Ficou para trás aquela vida limitada e cheia de medos, de visão curta do mundo. Agora podemos alçar voos e viajar a longas distâncias.

A borboleta enxerga mais longe, se livra de mais predadores sociais, vê muitos perigos que estão lá na frente com antecedência, e por isso pode desviar o seu rumo antes do perigo, o que antes, como lagarta, não podia fazer, por ter uma visão muito limitada a partir do solo.

A lagarta teme o casulo, teme a morte, teme a mudança. A borboleta sai do casulo lembrando que antes era uma lagarta, mas que agora, depois da metamorfose, sua vida será diferente, mais colorida, mais animada, mais livre, mais cheia de encantos e experiências, e com menos medos e perigos.

Precisamos como espíritos, como almas, entrar no casulo e fazer essa metamorfose da alma, para que deixemos de ser seres rastejantes e nos transformemos em seres mais livres, a voar pelo mundo em busca de maiores e mais profundos aprendizados.

Nossa visão curta de lagarta se alargará quando tivermos a coragem de fazer a metamorfose interior.

Essa metamorfose mudará a nossa vida!

Nossos valores se transformarão!

De egoístas passaremos a altruístas! Deixaremos de guardar rancor, mágoa, ressentimento, e perdoaremos mais! Deixaremos de ser orgulhosos, e nos tornaremos mais humildes! Largaremos a vaidade e seremos mais simples!

A bondade, a amorosidade, a doçura e o amor ao próximo serão uma constante em nossas vidas!

Muita gente não gosta das lagartas, e nem toca nelas, por considerá-las seres sujos, que se arrastam pelo chão.

Quem teme ou tem nojo das borboletas?

As lagartas espirituais, ou seres de pouca evolução, ainda assustam, ainda ameaçam, ainda representam perigo para nós.

As borboletas espirituais são os seres iluminados, os mestres, os mentores, os amparadores verdadeiros, os protetores, os anjos da guarda e guias espirituais.

Quem tem medo deles?

Todos nós um dia seremos borboletas espirituais! Basta querermos, perdermos o medo de entrar no casulo, e empreendermos a metamorfose da alma, para nos transformarmos em belas borboletas, deixando na poeira do tempo o passado rastejante da lagarta.

O que a lagarta ignorante chama de morte, o mestre chama de borboleta!

É apenas uma metamorfose! Apenas uma transformação!

Não existe morte! Apenas mudança!

Entremos no casulo mental, sem medo, e daqui a um tempo seremos lindas borboletas! Seremos mestres verdadeiros!

Muita Paz.

Salvador, 02 de outubro de 2010.

Luiz Roberto Mattos

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Depoimento Ivete Lourenço

Casulo - uma experiência. 

tive oportunidade de fazer o primeiro 03 dias de Casulo, no inicio de fevereiro deste ano, em Chã Grande.

Percebo que a vivência vem me ajudando a pousar - repousar no abrigo da Mãe Terra.

Senti a força da vida me sacodindo através de sutilezas, coisas como despertar das membranas olfativas, abertura dos poros e canais que me conectam com a Terra, tudo simultaneamente ativado com delicadeza.

Experimentei, e a sensação ainda está presente, de uma aproximação com o sagrado "de dentro para fora e de fora para dentro". Algo forte que me colocou mais dentro da energia com as forças da natureza.

A experiência, com a facilitação da Livia, me foi rica. Senti em detalhes, folhas, flores, ervas, especiárias...tudo sendo poesia com o toque dela, virando encantamento, beleza.
 
Senti  minha força interior ser tocada docilmente de um jeito que provoca o 'destemor feminino" e permite a entrega. TODOS OS DIAS.

GRATIDÃO.
Ivete Lourenço